De vez em quando, gosto de voltar a reler a bibliografia obrigatória sobre a metodologia de Balanço de Competências. De cada vez que o faço, dou importância a diferentes aspectos que me fazem reflectir novamente, provavelmente sugestionada pela experiência e pelo que de novo vai surgindo no contexto da educação de adultos. Hoje detive-me neste excerto, alertando para alguns dos riscos inerentes à utilização desta metodologia:
«Em segundo lugar, "um balanço de competências não é um conjunto de juízos sobre o nível escolar de um sujeito ou sobre as suas hipóteses de êxito na concretização de um projecto profissional, uma selecção ou uma simples inventariação de saberes e saberes-fazer".
Um dos riscos que aqui se perfila consiste em fazer do balanço de competências um balanço cognitivo ou escolar - assimilando a competência quer às capacidades cognitivas dos sujeitos quer aos seus conhecimentos e diplomas - daí decorrendo um reducionismo cognitivista ou culto dos diplomas.
Um risco complementar do anterior consiste em circunscrever o balanço de competências a um balanço técnico- limitando a competência a um saber-fazer "puramente" técnico, que não toma em consideração o que funda a competência, nomeadamente as capacidades genéricas ou transversais e as motivações - daí resultando um reducionismo tecnicista»
Imaginário, Luís. (1997). Balanço de Competências.
Às vezes dá-me vontade de perguntar onde fica o Balanço de Competências, como metodologia de base, nos processos de reconhecimento de competências, tendo em conta todas as alterações a que temos assistido recentemente. Doze anos depois, este artigo continua a alertar-nos para situações reais, que vivemos actualmente, e que continuam a representar riscos na implementação do BC. Aliás, actualmente, serão tão-somente riscos?...
16.3.09
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