19.10.09

Agora sim... ou ainda não?...

Raramente as oportunidades se repetem e, muitas vezes, quando queremos dizer que sim, já não vamos a tempo. Há um tempo certo para tudo. Então, agora sim, ou agora não?...

15.10.09

Ler em qualquer lugar, a qualquer preço

Descobri aqui esta ideia, interessante e prática (que já existe noutros países), que se espera que seja um contributo para a divulgação do livro e para a promoção da leitura.


A Leya instalou máquinas de venda automática de livros em duas estações da cidade de Lisboa, iniciativa que promete repetir e alargar a outros locais de grande movimento de pessoas. As máquinas contém livros da Colecção Bis - colecção de pequeno formato da Leya. Para além de acessível a todas as bolsas (os livros custam nas máquinas entre 6€ e 7,5€), a colecção inclui obras sobejamente conhecidas e de grande qualidade, como "Novos Contos da Montanha", de Miguel Torga, "O Vale da Paixão", de Lídia Jorge ou "As Intermitências da Morte", de Saramago, entre muitos outros. Desta colecção, um dos livros que recomendo vivamente, a qualquer pessoa, é "As Aventuras de João Sem Medo", de José Gomes Ferreira. É um livro que se lê muito bem, é divertido, mas, ao mesmo tempo, faz-nos pensar sobre várias questões que, no fundo, norteiam o mundo e a sociedade em que vivemos. Se clicar no nome dos livros, tem a possibilidade de ler o 1.º capítulo, gratuitamente. Fica a sugestão!

13.10.09

Mais uma ideia

Encontrei esta sugestão aqui. Inicialmente proposta para alunos, foi ligeiramente adaptada, porque pode ser aplicada com os adultos, nos Centros Novas Oportunidades, em workshops ou sessões de grupo.

O animador apresenta um saco opaco cheio de livros diversos (de géneros e temáticas distintas). Distribui vendas pelos adultos, que se sentam em círculo e as colocam. Em seguida, um a um tira um livro, que escolherá pelo tacto. (Provavelmente algumas pessoas escolherão livros mais estreitos, outras mais pequenos, outras de capa dura, de acordo com os preconceitos de leitura que cada um terá)
Finalmente, os adultos retiram as vendas e observam os livros, dialongando sobre o que lhes coube em sorte e fazendo apreciações sobre os livros dos colegas. Haverá livros conhecidos, outros desconhecidos, livros grossos de Banda-Desenhada (contrariando a ideia de que todos os livros grossos são difíceis de ler). A principal questão que norteará a discussão será a desilusão ou o agrado das pessoas relativamente aos livros disponíveis.
Assim, o animador possibilita às pessoas uma actividade lúdica de contacto com os livros, sem as obrigar a nenhuma leitura posterior. Será um momento em que se estimulará a leitura como comportamento através da partilha entre pares. Para o sucesso da actividade é essencial que nada mais seja feito com os livros, assim como que estes constem da biblioteca escolar, no caso de algum adulto manifestar interesse em lê-lo espontaneamente. Eventualmente, a actividade poderá até ter lugar no espaço da biblioteca, que deve estar aberta em horário pós-laboral e acessível a todos os que frequentem o Centro.

8.10.09

Para...


...ler, reler e pôr em perspectiva...


IMPRESSÃO DIGITAL


Os meus olhos são uns olhos,
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.


António Gedeão, in "Poemas Escolhidos"

1.10.09

Ciclos

Hoje cometi um pecado. Talvez um erro. Caí em tentação. Não sei, podia dar-lhe vários nomes. É preciso fazer uma ressalva, antes de ser Profissional RVC, sou Psicóloga. Foi para isso que estudei, é isso que gosto de fazer e me apaixona.
Hoje fui muito pouco Profissional RVC, hoje fui Psicóloga. Sinceramente, ao dizer isto, não sei se faz sentido. Não sei se alguma vez dissociei aquilo que sou daquilo que faço. Hoje ouvi, sobretudo. Ouvi as pessoas falarem sobre si, sobre as suas vidas, sobre as suas dores. E são tantas!... Homens e mulheres, cada um com os seus problemas. Estava a ouvir e a pensar como é que aquela pessoa que estava à minha frente, a chorar ou a conter-se para o não fazer, conseguia ainda arranjar coragem para escrever e reflectir a sua história de vida. Coloquei precisamente esta questão. Na maioria dos casos, percebi que a reflexão sobre o percurso de vida era até terapêutica, uma vez que havia uma maior consciência dos ciclos da mesma. Porque a vida é feita de ciclos. A vida é feita de momentos da maior felicidade, em que tudo parece simples e eterno, mas também é feita de dor, de sofrimento, de momentos que parecem, igualmente, não ter fim. E a vida é feita da capacidade de dar a volta aos ciclos negativos para os transformar em positivos. É isso que os "meus" adultos me ensinam diariamente. Ouvi-los é, também para mim, terapêutico. Por isso, ao agradecerem pelo tempo ou pelo desabafo, a única coisa que posso dizer é que eu é que tenho tanto, mas tanto a agradecer!