...ler, reler e pôr em perspectiva...
IMPRESSÃO DIGITAL
Os meus olhos são uns olhos,
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
Vê gigantes? São gigantes.
António Gedeão, in "Poemas Escolhidos"
Li e reli, reflecti e vi, vi alguém e vi os pensamentos de uns e outros, que por aqui andam... com os meus olhos claro!
ResponderEliminarCom o Poema das Árvores, já me tinha desperto para António Gedeão, agora... rendi-me!
Já me "desafiou" uma vez e já vou no oitavo livro do mesmo autor! E agora? É este o senhor que se segue?
Até as nuvens se dissiparam...
Que bom!!
ResponderEliminarPode ser este o senhor que se segue, sim, mas podem ser tantos outros! O que importa é sentirmo-nos tocados pelo que lemos, como aqui lhe aconteceu. Fico, novamente, feliz por isso! São estes os "meus" momentos de felicidade! Obrigada!...
Mafalda