11.6.09

Caminhar

Há já algum tempo que não escrevo neste espaço. Todos nós passamos por fases de algum desânimo ou frustração a nível profissional. As razões são imensas, porque temos que lidar com conflitos no dia-a-dia, porque gostaríamos de estar a fazer uma coisa diferente, porque nos sentimos pouco recompensados ou reconhecidos, porque o ambiente de trabalho pode não ser o melhor, porque ambicionamos mais, ou, simplesmente, porque não conseguimos encontrar no nosso dia aquela luz, aquele instante mágico que faz a diferença e que nos faz agradecer pelo que temos e pelo que fazemos. Enfim, mais uma vez, as razões são imensas, quase infinitas, tendo em conta o percurso de vida de cada um de nós.
Sempre defendi que devemos fazer o que gostamos, o que nos realiza, o que nos faz feliz. Não nego que estou numa fase em que tenho vontade de mudar, é verdade que gostaria de estar a fazer algo diferente, que me realizasse plenamente. Mas hoje, ao rever uma apresentação que fiz há quase um ano, sobre o "Baú das Recordações", que costumo usar nas minhas sessões de grupo, redescobri a essência daquilo em que acredito e do que me fez já passar momentos muito felizes e de grande realização profissional e pessoal ao longo do tempo em que tenho trabalhado como Profissional RVC. As pessoas. Sim, as pessoas, cada pessoa que passa pela minha vida e que deixa uma marca única, que tantas vezes já contribuiu para que eu mudasse, para que eu própria me transformasse ao testemunhar a transformação dos outros. A importância das histórias de vida, que me levaram a (re)pensar a minha própria, ao descobrir nos outros a força de vencer as adversidades e os obstáculos, mesmo aqueles que parecem intransponíveis. A certeza de que é possível mudar, ser melhor, fazer melhor, todos os dias. É isso que me faz voltar a ver o que faço com outros olhos, com o olhar que andou embaciado durante um tempo, mas que hoje voltou a brilhar. E, apesar de todos os constrangimentos, de tudo o que tenta ofuscar a verdadeira essência do reconhecimento e validação de adquiridos, eu acredito no que faço, acima de tudo porque acredito nas pessoas, em mim e na nossa capacidade de mudança.

10.6.09

Agora sei...

...obrigada a quem me ensinou!...

Quem somos, donde vimos, para onde vamos?
Há muito já que moro no porquê.
Nada sabemos senão que passamos.
E há sempre um homem que já foi
E há sempre um homem que ainda não é.
É esse que me dói.

Agora sei que nada é fixo: há sempre um por fazer
Há sempre outro partir depois de cada chegar

Agora sei que para saber
É preciso rasgar as mãos... e procurar.


Manuel Alegre